Sejam muito bem vindos a Etapa Final do 59º Campeonato Brasileiro de Vôo a Vela! Neste blog eu, Rodrigo Sorbilli, pretendo compartilhar com vocês tudo sobre a minha participação no campeonato de planadores que acontecerá em Formosa, Goiás, entre os dias 2 e 9 de Setembro de 2017.

Eu vou participar na Classe Racing voando o planador Discus PT-PMK (prefixo de competição B1) da Federação Brasileira de Vôo a Vela, representando o meu clube, o CVV-CTA (Clube de Vôo a Vela CTA). O CVV-CTA (http://www.vooavelacta.com.br/ ) possui mais de 50 anos e opera no aeródromo Fazenda Ipuã em Caçapava, SP, próximo a cidade onde moro, São José dos Campos.

Eu farei posts diários sobre os acontecimentos nos dias de treinamento e campeonato:

  • Preparativos;
  • Previsão meteorológica;
  • Prova do dia;
  • Preparação para decolagem;
  • Momentos durante o vôo;
  • Uma análise de como foi a prova após o pouso;
  • Resultados da competição.

 

Lembrem que eu estarei competindo! Assim vou priorizar o foco no campeonato, mas sempre deixar algum tempo para compartilhar uma novidade com vocês. No fim de cada dia pretendo editar um pequeno vídeo com atualizações de tudo que está acontecendo. Torça para eu não pousar fora, neste caso o vídeo vai atrasar… rs…

A Equipe B1

A equipe B1 funcionará em parceria com a equipe A1, o Jantar Std. 2 prefixo PT-PIS do CVV-CTA, que será voado pelo Fábio Weber, também piloto do CVV-CTA. Como vou contar mais a frente sempre fizemos parcerias nos acampamentos em Bebedouro e também no Campeonato Nacional de 2015. Em 2015 eu voei o A1 e o Weber o B1. Nada mais justo do que invertemos os planadores este ano, o que me deixou com um sorriso de orelha a orelha :^) . Vou ter o prazer de participar com o Discus, planador pelo qual sou apaixonado, e o Weber vai no Jantar.

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A nossa equipe de solo é composta pelos pilotos Lucas Flach e Gabriel Ferraz, ambos do CVV-CTA. São dois pilotos experientes que toparam a tarefa de nos ajudar durante o campeonato e, é claro, nos resgatar em caso de pouso fora. Este é o espírito do Voo a Vela. Deixo aqui um grande agradecimento antecipado aos dois! Valeu pelo apoio Lucas e Gabriel!

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O pouso fora faz parte do voo a vela, e ter uma equipe de confiança como estes dois nos dão tranqüilidade para aproveitar ao máximo o dia sabendo que se precisarmos teremos apoio rápido para voltar para casa.

O piloto

Antes mesmo do início do campeonato eu vou passar alguns detalhes de como foi a preparação para o campeonato, mas acho que primeiramente preciso me apresentar de maneira adequada.

Desde criança sempre fui apaixonado pela aviação, e obviamente a idéia de ser piloto passou pela minha cabeça. Como não tinha os recursos para tirar o brevet à época e dada a minha facilidade com as ciências exatas acabei seguindo a carreira de engenheiro aeronáutico.

Estudei na UFMG, onde o curso de engenharia aeronáutica nasceu intimamente ligado ao projeto de um planador: o CEA-101 CB.1 Gaivota. Este planador foi projetado pelo professor Cláudio Barros quando ainda era aluno de engenharia em 1964. Cláudio Barros com sua grande competência e paixão pela aviação foi o responsável pela existência da engenharia aeronáutica na UFMG.

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No tempo livre das aulas e estudos freqüentava o CEA, Centro de Estudos Aeronáuticos da UFMG, e participei ativamente da competição de projeto Aerodesign, onde um aeromodelo deve ser projetado com algumas restrições e levar o maior peso possível. Ganhamos a competição nacional em 2005 e também a versão mundial nos EUA em 2006.

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Na UFMG também tive a oportunidade de ter aula e trabalhar com o professor Paulo Iscold, com quem aprendi bastante. Ajudei na laminação da asa do CEA 309 Mehari, avião acrobático, trabalhei na modificação dos ailerons de um Pitts S1 e diversas outras atividades.

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Com o fim da faculdade vim para São José dos Campos trabalhar na EMBRAER, e assim que deixei a vida de estudante em 2007 iniciei o curso de piloto de planador no CVV-CTA. As instruções foram em sua maioria no famoso Neivão, planador da década de 50, que exige bastante força no manche. Ainda assim, é sem dúvida nenhuma um ótimo planador de treinamento. Quem aprende no Neivão aprende mesmo!

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Fiz o primeiro voo solo no Blanik L-13. Depois veio o solo no Junior e pouco tempo depois participei de um acampamento em Rio Claro, quando ainda era aluno em abril de 2009. Neste acampamento fiz meu primeiro voo de 5 horas e completei o “C” de prata com uma navegação Ipuã-Pindamonhagaba pouco tempo depois.

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Dediquei bastante tempo ao voo a vela e me tornei instrutor em 2010 com 80 horas de voo. Neste mesmo ano comecei o curso de Piloto Privado de avião em Bragança Paulista, voando Paulistinha, já pensando em virar rebocador um dia. Voei solo no 12º voo no PP-GSZ e terminei o curso alguns meses depois.

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Os anos seguintes foram de muitas instruções aos finais de semana em Ipuã. Em 2011 participei pela primeira vez de um Campeonato, voando o Junior JR do CVV-CTA em parceria com o Lameiras. Foi um campeonato de muito aprendizado e quando realmente fui contaminado pelo voo de navegação.

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No ano seguinte a vontade de aprender a navegar mais rápido e mais longe, com a licença poética do Henrique Navarro, aumentou. Havia 12 anos que o CVV-CTA não registrava uma nova marca dos 300km pré-fixados, o “C” de Diamante, e eu Weber levamos o Jantar A1 para um acampamento em Bebedouro.

Separamos uma semana para tentar fazer a marca, que veio logo no segundo dia de voo para cada um dos dois. Quebrado o jejum de 12 anos, os outros membros do CVV-CTA Lousada, Torrecillas, Gregori e Macul também fizeram a marca. Agradecimentos a todo o pessoal de Bebedouro que sempre nos deu todo o suporte para os acampamentos. Especial agradecimento ao Ângelo e Marco. Estes acampamentos foram muito importantes para o desenvolvimento no voo a vela.

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Em 2014 eu e Weber fomos mais uma vez com o A1 e B1 para Bebedouro, desta vez tentar a marca de 500km. Alternávamos dia a dia quem voava cada planador e fazíamos as navegações em dupla. Passamos perto da marca duas vezes, e no último dia de voo estávamos confiantes que conseguiríamos. A previsão meteorológica estava favorável e tínhamos todo o aprendizado dos últimos dias.

Combinamos a decolagem às 11:00 com o rebocador, que decidiu dormir um pouco mais do que nos gostaríamos naquele dia. Acabamos decolando por volta das 12:15, sabendo que seria muito difícil correr atrás desta hora perdida, mas fomos em frente. Na última perna o dia morreu e faltaram os 37km entre Barretos e Bebedouro. Acabamos pousando em Barretos e guardando a marca dos 500km para um outra temporada.

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E muitos mais vôos vieram nos anos seguintes. Já são mais de 700 voos de planador e 530 horas. Também me tornei rebocador de planadores no ano passado e agora entendo como é ficar na outra ponta do cabo agora.

Apesar disto sempre preferi a ponta do cabo do planador, e a participação no Campeonato de 2017 vai ser uma de muito aprendizado.

Nos posts seguintes vou falar um pouco como foi a preparação para este campeonato que está por vir e qual será o cronograma de treinamento em Formosa antes do Campeonato.

Até o próximo post!

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